Feliz aniversário de um ano do meu português

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Oi Brasileiro

Apenas algumas reflexões sobre a minha jornada de aprendizagem por imersão e o meu nível atual de fluência.

Este gato adormeceu no meu colo perto da praia do Flamengo, no Rio.

“Pode-me pegar agua?” Perguntou-me a avó da minha amiga, sentada na sua cadeira quase designada à mesa.

“Gelada ou misturada?” Pergunto-lhe, levando a sua garrafa de água roxa para o filtro.

“Misturada, por favor.”

Pode não parecer muito, mas houve uma altura em que não podíamos falar uns com os outros. E uma altura em que, por vezes, podíamos falar uns com os outros. Agora, as nossas conversas só ocasionalmente batem num obstáculo.

O seu sotaque é espesso. Fala muito depressa. Mesmo quando conseguia perceber o português da sua filha ou da sua neta, continuava a ter dificuldade em perceber o dela.

Sinto-me como se tivesse terminado a garrafa do chefe desta forma – ser capaz de encher a sua garrafa de água sem um tradutor no meio.

Acho que, se calhar, agora sou eu o tradutor.

“Tá bem calor hoje, né?” Pergunto-lhe, voltando a colocar a tampa na garrafa.

Ela murmura que concorda enquanto eu coloco a água à sua frente. “Obrigada, querida.”

“De nadinha.”

Traduções:
“Pode trazer-me água?”
“Está gelada ou com frio?”
“Frio, por favor.”
“Está muito quente hoje, não está?”
“Obrigado, querida.”
“Não tem de quê.” (Nadinha aqui é o diminutivo de nada. Literalmente, significa “pequeno nada”, mas é mais como dizer “de nada” em linguagem de bebé).

Estou a aprender português há um ano. Cinco meses foram de aprendizagem por imersão no Brasil.

Esta foi definitivamente uma das coisas mais loucas, corajosas e estúpidas que já fiz.

Comecei a aprender português quase como uma piada. Tive um breve caso com um brasileiro viajante e fiz uma piada sobre ir vê-lo no Rio. Ele disse-me que eu não iria muito longe se não falasse português. Teimosa como sou, disse-lhe que acho que ia aprender português.

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